A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica, de origem autoimune. Por afetar principalmente as membranas sinoviais (camada fina de tecido conjuntivo que envolve as articulações), é caracterizada por uma inflamação articular (mãos, punhos, joelhos, cotovelos, tornozelos, pés, ombros e coluna), e pode levar à incapacidade funcional dos pacientes acometidos. Outras manifestações sistêmicas da doença são rigidez matinal por pelo menos uma hora, fadiga e perda de peso.
As causas da artrite reumatoide ainda são desconhecidas, mas acredita-se que a origem da doença seja uma alteração do sistema imunológico, que passa a agir contra as proteínas do próprio organismo que se localizam nas articulações (embora possa agir também em outros órgãos).
Apesar de afetar duas vezes mais as mulheres do que os homens entre 50 e 70 anos, a artrite reumatoide pode manifestar-se em ambos os sexos e em qualquer idade. A forma juvenil tem início antes dos 16 anos, acomete um número menor de articulações e provoca menos alterações no exame de sangue.
O quadro de artrite reumatoide costuma iniciar-se de forma insidiosa, com sintomas leves e pouco específicos como cansaço, dor muscular, perda de peso, febre baixa, formigamento nas mãos e, por vezes, pequenas dores articulares. É muito comum haver um período de meses entre o início dos sintomas e a procura por atendimento médico.
A inflamação articular é caracteristicamente simétrica, e as articulações da mão são, geralmente, as primeiras a serem acometidas.
Para que seja diagnosticado o quadro de artrite reumatoide, é necessário que estejam presentes ao menos quatro dos seguintes sintomas:
- rigidez matinal (dificuldade de movimentação ao acordar) com duração superior a uma hora por dia*
- artrite de três ou mais áreas, com sinais de inflamação*
- artrite das articulações das mãos ou punhos*
- artrite simétrica (envolvimento bilateral simultâneo)*
- nódulos reumatoides
- fator reumatoide sérico positivo
- alterações radiográficas tais como erosões ou descalcificações articulares
* para que este critério seja válido, é necessário que perdure por, no mínimo, seis semanas.
Quanto mais cedo for diagnosticada a doença e iniciado o tratamento, melhor será o prognóstico. Embora ainda não se conheçam os recursos para a cura definitiva, é possível obter a remissão ou diminuição dos sintomas, preservar a capacidade funcional do indivíduo e evitar a progressão das deformidades. O tratamento medicamentoso inclui analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), corticoesteroides e drogas imunossupressoras. Em casos mais graves, pode ser realizada cirurgia para colocação de próteses articulares.
Além disso, em qualquer estágio da doença, é necessário tratamento fisioterapêutico para diminuição de dor, manutenção e ganho de amplitude de movimentos, e prevenção de deformidades e incapacidades funcionais. O tratamento pode ser realizado por meio da termoterapia e eletroterapia (para analgesia) e cinesioterapia (exercícios de força, amplitude de movimentos e alongamentos). Podem ser realizadas, em alguns casos, bandagens de posicionamento e bandagens funcionais, para alinhamento articular. Quando necessário, o fisioterapeuta também é responsável pela indicação de órteses de posicionamento, fundamentais para alinhar a articulação e prevenir deformidades.