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publicado em 28/07/2014

VOCÊ SABIA? QUAIS AS PRINCIPAIS LESÕES EM MULHERES QUE PRATICAM CORRIDA?


Assim como aumentou o número de mulheres praticantes de corrida, a incidência de lesões do quadril nas corredoras amadoras também cresceu.
 
Diferentemente dos homens, que apresentam como principais problemas as lesões na região do joelho, perna e pé, o quadril está especialmente em risco na corredora. Isto se deve provavelmente ao maior diâmetro da bacia da mulher e à proeminência maior da região do trocânter maior (a ponta de osso do quadril mais saliente, que forma a curva do quadril), além de peculiaridades na musculatura feminina e no seu metabolismo. Vale ir mais a fundo em alguns assuntos:
 
1) A tendinite da banda ílio-tibial é a inflamação de uma faixa fibrosa que se origina na crista da bacia, passa pelo trocânter maior (aquele osso mais proeminente da lateral do quadril) e que vai até a região de fora do joelho. A banda é esticada ao se pisar no chão e ao subir ladeiras e escadas. A tensão piora muito correndo em terrenos inclinados, como beiras de estrada e praias de tombo. O tratamento é eminentemente fisioterapêutico, com reforço e alongamento específico.
 
2) As fraturas de estresse do colo femoral ocorrem em corredoras com distúrbios menstruais, problemas alimentares e osteoporose (baixa do cálcio nos ossos). Esta é a tríade da mulher atleta, que deve ser prevenida com orientações nutricionais, psicológicas e ginecológicas. A dor na fratura de estresse é inconstante e difícil de localizar, profunda, mas acontece sempre ao final ou depois de correr. O repouso é essencial e o tempo de tratamento dura de dois a três meses
 
3) A pubalgia é mais comum em homens, mas as mulheres, especialmente as com gravidez recente, podem ter uma sobrecarga nesta região. A dor é profunda à pelve, na frente da bacia. O tratamento é o reequilíbrio da musculatura da bacia e do tronco. Pilates e yoga ajudam muito a prevenção.
 
4) Já a tendinite dos ísquio-tibiais é característica das corredoras de longa distância e experientes. A dor é da região de trás da coxa, principalmente ao sentar ou alongar a musculatura posterior (que dobra o joelho). A reabilitação e reforço muscular melhoram a maioria dos casos.
 
5) As lesões labiais (do lábio ou labrum do quadril) são cada vez mais comuns e associadas a erros de treinamento, como excesso de flexão (dobrar) do quadril em exercícios de leg press, a fundo, cadeira abdutora-adutora ou educativos. A orientação correta destes exercícios, e o reforço muscular adequado dos músculos glúteos e do core ajuda prevenir estas lesões.
 
6) Por fim, a artrose ou desgaste do quadril tem alguns predisponentes. Mulheres com alterações anatômicas identificáveis em radiografias simples como a displasia (quadril raso) ou o impacto fêmoro-acetabular (excesso de osso no fêmur ou bacia) devem consultar um especialista em medicina esportiva ou ortopedista para impedir a sobrecarga da articulação e prevenir o desgaste. A corrida não desencadeia a artrose, mas, uma vez instalada, ela pode piorar a situação.
 
Prevenir é sempre melhor. A progressão adequada do treinamento, o uso de calçados específicos à sua pisada, a corrida em terrenos sem inclinações laterais, o reforço da musculatura do core e a consulta precoce, em caso de sintomas, a um médico especialista são as recomendações.


 
  

 

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