De todas as técnicas de diagnóstico por imagem talvez a mais ousada seja a ressonância magnética. A idéia de um ímã milhões de vezes mais forte que o campo magnético da Terra alinhando os átomos de seu corpo, fazendo com que eles emitam um sinal de rádio no momento em que são libertados, coletar esses dados e usando matemática cabeluda produzir uma imagem é muito legal.
Entre outras vantagens a ressonância magnética permite exame de tecidos moles, e vem salvando vidas desde o final dos Anos 80, quando começaram a entrar em uso em hospitais pelo mundo.
Do lado desvantajoso há a demora. Exames podem levar um bom tempo, dependendo da imagem, vários minutos. Não os 40 dos modelos iniciais, mas demora. E no processo o paciente deve ficar o mais imóvel possível. A alternativa é trocar definição por velocidade, o que ajuda no caso de Ressonância Magnética Funcional, usada para estudar o cérebro em funcionamento, mas não ajuda por exemplo na ortopedia.
Agora isso está mudando. Robert Boutin, da Universidade da Califórnia desenvolveu uma técnica chamada Ressonância Ativa. Na pesquisa publicada na PLOS ONE, ele explica que usando um scanner com um campo de 3 teslas de potência e novos algoritmos, conseguiram resolução temporal de 475 ms. Uma imagem em menos de meio segundo. Certo, 2 FPS lembra mais Crysis rodando no Deep Blue do que animação de verdade, mas funciona muito bem para identificar lesões no pulso.
LER, artrite e outras condições geram dores ocasionais bem complicadas de diagnosticar, são problemas mecânicos que não aparecem em imagens paradas, mas com a Ressonância Ativa, é tranquilo ver o pulso se mexendo e achar aonde pregar, aparafusar e martelar para consertar o problema.
Essa técnica tem duas vantagens: primeiro, permite a visualização tanto dos ossos quanto dos tecidos moles. Segundo, não emite radiação, então sua mão não corre o risco de ter filhos esquisitos.