Sem o nosso cérebro, nada funciona. Sem o cérebro, não nos movemos, não falamos, não comemos, não sabemos nosso nome e não reconhecemos as pessoas. Mesmo uma pequena lesão no cérebro pode ter consequências graves. Apesar dos estáveis ossos cranianos que protegem, fortes vibrações causadas por golpes ou quedas podem comprometer tanto o crânio como o cérebro e os vasos sanguíneos nele contidos, causando o chamado traumatismo craniano.
Infelizmente, não é fácil se reconhecer depois de um acidente – como o sofrido pelo ex-piloto de F-1 Michael Schumacher – o quanto o cérebro foi afetado. Pois sangramentos perigosos, inchaços ou coágulos no cérebro se manifestam muitas vezes somente horas ou até dias depois.
Por isso, os médicos avaliam a gravidade da lesão primeiramente com base em características externas. Primeiro, o especialista checa como o ferido se comporta, se ele abre os olhos, se responde a estímulo verbal, se seus movimentos são controlados, se ele responde a estímulos dolorosos e quanto tempo ele ficou inconsciente.
De inofensivo a fatal
Um traumatismo craniano pode ser relativamente inofensivo, mas também pode ser fatal. A medicina divide a gravidade da lesão em diferentes níveis. O primeiro e mais leve nível de um traumatismo craniano é conhecido como concussão. Caso as funções do cérebro sejam afetadas, elas retornam após cerca de quatro dias. Numa tomografia computadorizada, não é visto dano algum no cérebro.
No trauma moderado, a vítima fica inconsciente por algum tempo ?15 minutos ou mais. Geralmente, quanto maior for a perda de consciência, maior é o risco de dano físico e mental permanente. Na forma moderada de um traumatismo craniano, paralisias geralmente desaparecem após cerca de quatro semanas. Outros distúrbios, como problemas de concentração, dores de cabeça ou tontura, podem durar anos, no entanto.
Trauma grave
Os pacientes com traumatismo craniano grave ficam inconscientes por mais de uma hora. Os distúrbios neurológicos são geralmente grandes. Um paciente com uma lesão grave na cabeça sofre convulsões, paralisias e alterações de personalidade. Os danos são muitas vezes irreparáveis.
A tomografia computadorizada pode dar uma visão clara da gravidade do traumatismo craniano. Nela, os médicos conseguem reconhecer sangramentos, hematomas e inchaços (edemas).
Pacientes que sofrem um trauma moderado ou grave devem ser tratados na UTI. Muitas vezes, é necessária uma operação de emergência para reduzir a pressão intracraniana – como a feita por Schumacher. Pois, ao contrário de uma lesão no tornozelo, por exemplo, o inchaço no cérebro não pode se expandir para fora, porque é impedido pelo crânio. Por isso, o médico perfura pequenos orifícios no crânio, pelos quais pode liberar uma hemorragia ou hematomas. A pressão intracraniana deve ser verificada constantemente. Medicamentos também podem ajudar a reduzir a pressão.