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Notícia
publicado em 12/06/2023
O RACISMO É ESTRUTURAL E SISTEMÁTICO!
Do profissional da saúde a Vini Jr., o racismo é perverso com negros em todas as esferas e instâncias
Não há como falarmos de racismo e ignorarmos que o Brasil utilizou-se do trabalho escravo desde o início da sua colonização e foi o último país latino-americano a abolir essa selvageria. Isso só aconteceu no final do século XIX.
Temos mais de 520 anos de existência e deste tempo escravizamos negros e mestiços por 388 anos. É fundamental ressaltar que uma sociedade que se funda durante períodos escravocratas evolui e se desenvolve com uma importante herança maldita de violência e segregação racial contra pessoas negras que reverbera por muitas gerações, fazendo com que toda a sociedade pague o preço.
O racismo não é uma invenção recente, muito menos é exclusividade da sociedade brasileira, pelo contrário, é fruto da ideologia que disseminou o colonialismo e fomentou a expansão dos impérios europeus na Baixa Idade Média.
Os reflexos dos longos anos de escravidão são sentidos até hoje e assim será por muito tempo, podendo ser observado em vários setores da sociedade. Em TODAS as profissões: da faxineira, ao ator famoso; do técnico em radiologia ao cantor internacional; do gerente de banco ao futebolista mundial, como Vini Jr.
Na área da saúde a grande maioria dos profissionais ainda são brancos, embora de acordo com o censo brasileiro de 2010, 50,7% da população seja preta ou parda. Além de receberem os menores salários e ter as piores funções e atividades. E o que falar da mulher negra, que além de ter que batalhar contra o racismo, ainda precisa enfrentar o machismo e a objetificação da mulher negra como mero símbolo sexual?!
A política de cotas em universidades e em outras áreas da sociedade, que tem um papel extremamente importante no que diz respeito a correção e compensação com a dívida histórica que se criou com o passado escravagista, responsável por pavimentar a estrutura de classes e raças no Brasil (que excluiu os negros dos espaços de destaque e da possibilidade de ascensão social) avança lentamente e sofre ataques de todos os lados. Especialmente da parcela racista da sociedade, o que provoca profundo retardo em diversos processos seletivos, sobretudo nas áreas educacional e laboral.
Pessoas negras passam por inúmeras dificuldades na vida em decorrência do racismo estrutural e sistêmico. São as maiores vítimas de violência policial, estão em menor número em postos de comando nas esferas pública e privada e, até mesmo quando alcançam o estrelato, são covardemente agredidas por racistas, como tem ocorrido sistematicamente com Vini Jr., atacante do Real Madrid e da Seleção Brasileira.
Nem o dinheiro e a fama detêm o ódio racial! Vini Jr. tem sido alvo constante de xingamentos e ataques racistas pelos estádios espanhóis. O atacante, entretanto, tem ganho cada vez mais destaque pelo seu talento e sucesso dentro de campo e racistas não suportam esta ideia.
Tudo isso vai de encontro com a ideologia que moldou o chamado "racismo científico", de que pessoas pretas são inferiores e incapazes de fazer algo com excelência. Quantas vezes profissionais da saúde não são hostilizados de forma covarde por sua cor de pele diariamente?!
Médicos, enfermeiros, e técnicos em radiologia... todos estão na linha de frente e são alvos de insatisfações com relação ao sistema de saúde, repleto de falhas, mas isso não é um salvo-conduto para se hostilizar e humilhar alguém por sua orientação sexual e de gênero, condição social e, muito menos, RAÇA.
Temos visto o número de denúncias relacionadas a injúria racial e racismo explodirem nos últimos anos devido a uma maior conscientização e visibilidade via redes sociais. Só entre 2021 e 2022 houve um aumento de 625%. Profissionais da saúde, entregadores por aplicativos, seguranças, faxineiros, esportistas, músicos, gerentes de banco etc...
RACISMO É CRIME E NÃO DEVE SER TOLERADO SOB NENHUMA HIPÓTESE!
NÃO BASTA NÃO SER RACISTA, É PRECISO SER ANTIRRACISTA.
SINDICALIZE-SE, JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!
Secretário de Imprensa
Georges Ken Norton de Oliveira