Um ano após o seu começo, a pandemia chegou ao seu momento mais crítico. O colapso sanitário, com o aumento de casos e mortes em todo o país, coloca os profissionais da saúde em uma posição de extrema cobrança e dificuldade diária.
Em Brasília, o governo permanece letárgico e a demora na aquisição e distribuição de vacinas deixa o Brasil em uma posição de atraso no combate ao COVID-19 em relação aos outros países.
Enquanto isso, o governo Doria adotou medidas de restrição de circulação de pessoas entre as 23h e 5h em todo o Estado de São Paulo.
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O chamado "toque de restrição" não tem o mesmo efeito proibitivo de um lockdown. A medida, vista por muitos como branda e ineficiente, tem caráter meramente educativo.
Na fase laranja, iniciada hoje, a Grande São Paulo, incluindo a capital paulista, proíbe bares de funcionarem e os restaurantes operem apenas até as 20h.
Em contramão ao governo do Estado, cinco prefeituras de cidades do ABC Paulista definiram medidas mais duras. Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra optaram pelo lockdown, determinando fechamento total das 21h às 4h, com inclusão dos serviços essenciais. O transporte público circula até as 22h e somente farmácias e unidades de saúde de urgência e emergência podem funcionar.
OCUPAÇÃO DE LEITOS DE PACIENTES COM COVID-19 CHEGA A ULTRAPASSAR 90%
Na última semana, o estado registrou recorde de internações em UTIs da rede pública e privada durante a pandemia. O crescimento de novos casos está sendo associado ao relaxamento da população com as medidas de isolamento durante as festas de final de ano e Carnaval.
Os profissionais e hospitais estão sofrendo, pois com esse crescimento, atrelado às internações de pacientes com doenças crônicas, aumenta a pressão e responsabilidade dos que estão na linha de frente.
Dados de UTIs do Hospital Israelita Albert Einstein mostraram taxa total de ocupação de 99%. No Sírio-Libanês o número é de 96%, 91% no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, 97% na Beneficência Portuguesa e 86% no HCor nos leitos de UTI e enfermaria dedicados ao tratamento do coronavírus.
Já na rede pública de são Paulo, as taxas de ocupação de leitos são de 70% na Grande São Paulo e 69,7% em todo o estado.
O QUE FAZER PARA EVITAR UMA CATÁSTROFE AINDA MAIOR?
O Dr. Miguel Nicolelis, médico e cientista brasileiro, sugere alternativas que devem ser tomadas pelas autoridades públicas, tais como, aplicação de mais testes, bloqueios sanitários nas estradas para impedir que pessoas infectadas circulem por demais localidades, fechar o espaço aéreo internacional para evitar carga viral e variantes de outros países e o início imediato de um projeto de mapeamento temporal geográfico com sequenciamento das variantes, destacando informações de como elas se espalham e de onde surgem. O médico afirma que temos conhecimento técnico e especialistas, mas o projeto precisa ser feito em nível nacional e com investimentos públicos.
Secretário de Imprensa
Georges Ken Norton de Oliveira.