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publicado em 28/10/2024

O uso de telecomandos avança, mas precarização preocupa

A prática é recente e ainda não demonstrou todo seu impacto, mas já ameaça o futuro da categoria.
A popularização do uso de telecomandos (Command Center) tem crescido nos últimos anos. Em 2020, o uso dessa modalidade foi regularizado, com diretrizes claras a serem seguidas e respeitadas.

Essa prática está diretamente ligada aos avanços da telemedicina. Nesse contexto, a operação dos equipamentos de exames de imagem, como Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada, é realizada remotamente por um Técnico ou Tecnólogo, sem a necessidade de sua presença física no local do exame.

De acordo com as normas estabelecidas, apenas Técnicos e Tecnólogos são responsáveis por executar as seguintes funções:
  • Operação da central de comando remoto para aquisição de imagens à distância;
  • Manuseio dos equipamentos e posicionamento para a aquisição de imagens na unidade presencial;
  • Garantia da proteção radiológica, qualidade e segurança durante os procedimentos.
     
No entanto, é importante destacar que hospitais e clínicas podem estar utilizando a equipe de enfermagem não apenas para acomodar os pacientes, mas também para ajustar e operar máquinas de radiação ionizante, funções que deveriam ser desempenhadas exclusivamente por Técnicos e Tecnólogos.

Esses profissionais se formam e se especializam precisamente para ajustar as linhas de posicionamento e operar o maquinário de forma adequada. Se a equipe de enfermagem começa a manipular esses equipamentos, quais são os riscos para os pacientes? E o futuro dos profissionais devidamente qualificados, serão descartados?

Vale lembrar que o exercício ilegal da profissão é crime, conforme a legislação de 2025. Se um profissional for flagrado em exercício ilegal, deverá pagar uma multa de R$ 3.823,20. Isso coloca em risco não apenas a profissão, mas também a integridade do paciente, que deve ser assistido por um Técnico ou Tecnólogo qualificado.

Considerando que profissionais de enfermagem possam estar acumulando as funções de um Técnico ou Tecnólogo em Radiologia, não deveriam também usufruir dos direitos da categoria, como o adicional de insalubridade de 40% e a jornada semanal de 24 horas? Eles estariam recebendo um salário adequado pelo acúmulo de funções e pela exposição à radiação?

A equipe de enfermagem trabalha em conjunto com os profissionais da radiologia. Eles são responsáveis pela anamnese (entrevista prévia com o paciente) e pela punção de contraste, quando necessário. Também ajudam na acomodação dos pacientes, mas o ajuste da mesa de exame e o posicionamento adequado para o exame são de responsabilidade dos profissionais da radiologia.

Há ainda a questão da operação remota. O operador da máquina, distante do local físico, muitas vezes precisa gerenciar vários exames ao mesmo tempo. Nesse modelo de produção acelerada, o risco de erros aumenta, afetando a qualidade do atendimento. O acúmulo de tarefas pode gerar exaustão e, em alguns casos, jornadas de trabalho extenuantes, levando a falta de atenção e comprometendo a precisão dos diagnósticos por imagem.

Outros problemas surgem pela ausência de um profissional de radiologia no local, como a troca de pacientes com nomes parecidos — algo que já ocorre em muitos hospitais. A terceirização dessas funções desvaloriza os profissionais qualificados e pode comprometer a segurança dos pacientes. O SINTTARESP alerta que substituir Técnicos e Tecnólogos por outros profissionais ou até por máquinas representa um grave risco à profissão e à qualidade dos serviços prestados.


Diante desse cenário, é fundamental que os trabalhadores denunciem ao COREN (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo) possíveis infrações. Também é recomendado procurar o Sindicato para orientações e suporte, já que as entidades sindicais têm o poder de denunciar irregularidades e defender os direitos da categoria.

SINTTARESP, A LUTA É PARA VALER NA DEFESA DO TRABALHADOR!

Secretário de Imprensa
Georges Ken Norton de Oliveira

 
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