O 13º salário já foi "considerado desastroso para o país", segundo manchete do Jornal O Globo, em 26 de abril de 1962. Mas na prática aqueceu a economia do país e trouxe mais dignidade aos trabalhadores, mesmo com ampla rejeição do setor patronal e empresarial.
Nenhum direito trabalhista conquistado foi um favor de patrões para a classe trabalhadora e o 13º salário é uma prova da importância das lutas sindicais e da mobilização dos trabalhadores, seja apoiando o sindicato ou fazendo greves.
Publicação da BBC News trouxe o panorama completo de como o 13º salário foi criado (
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63802323) e daremos ênfase à parte que os sindicatos entram em ação e os trabalhadores se tornam os protagonistas desta grande vitória.
Em 1962 a inflação acumulada do país foi 51,6% e a sanção do 13º salário pelo presidente João Goulart, em 13 de julho daquele ano, foi uma resposta à perda de poder de consumo do povo brasileiro. Isso tudo foi fruto de uma
GREVE GERAL dos trabalhadores, 18 dias após o bicampeonato mundial, que teve Garrincha como protagonista.
Tratado como um absurdo pelos patrões com mentalidade escravocrata, em 1962, hoje
85,5 milhões são beneficiados com o 13º salário, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Este benefício é assegurado aos trabalhadores celetistas, pois esta é outra conquista fundamental para todos nós.
A mobilização dos sindicatos dos metalúrgicos e dos têxteis (indústria de tecidos) de São Paulo foi essencial para
politizar a classe trabalhadora e influenciar o governo no apoio à sanção do 13º salário. Em meio ao avanço da fome, da crise econômica e da inflação, houve uma onda saques, mortos e feridos e muitos estabelecimentos atingidos no Rio de Janeiro. O benefício se fazia essencial frente às condições do povo brasileiro.
Ainda hoje lamentamos que muitos trabalhadores sejam contra direitos básicos para si próprios, como trabalhar em regime CLT, férias remunerada, 13º salário e receber em dia.
A mentalidade dominante dos patronais e da grande mídia acaba influenciando negativamente quem mais sairá prejudicado com a perda de direitos: o próprio trabalhador.
NENHUM DIREITO A MENOS! JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!
Secretário de Imprensa
Georges Ken Norton de Oliveira