Brasil pressiona por nova rodada de negociações com EUA e pede suspensão temporária do tarifaço

Após encontro entre Lula e Trump na Malásia, governo brasileiro busca acelerar diálogo e evitar perdas às exportações nacionais.

29 out 2025
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O governo brasileiro quer acelerar as tratativas com os Estados Unidos sobre o tarifaço de 50% imposto por Washington a produtos brasileiros e solicitou uma nova reunião já na próxima semana, em Washington. O pedido foi formalizado nesta segunda-feira (27), durante o primeiro encontro técnico entre representantes dos dois países, um dia após a reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump em Kuala Lumpur, na Malásia.

Pelo lado brasileiro, participaram o chanceler Mauro Vieira, o secretário-geral do Ministério da Indústria e Comércio, Márcio Rosa, e o embaixador Audo Faleiro, assessor especial da Presidência. Os Estados Unidos foram representados pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, e pelo representante de Comércio, Jamieson Greer.

O encontro serviu principalmente para alinhar os próximos passos, sem tratar de setores específicos ou prometer reduções imediatas nas tarifas. Ainda assim, o Brasil insistiu em realizar uma nova rodada de negociações com urgência, para manter o ritmo político e diplomático iniciado após o diálogo direto entre Lula e Trump.

Pedido de suspensão temporária do tarifaço
O principal pedido brasileiro foi a suspensão temporária do tarifaço enquanto as conversas estiverem em andamento. De acordo com fontes do governo, a proposta visa garantir previsibilidade às exportações e demonstrar boa-fé nas negociações — medida semelhante à adotada pelos EUA em tratativas com outros países, como a China.

Essa solicitação já havia sido feita pessoalmente por Lula a Trump e foi reiterada na reunião técnica desta segunda-feira, 27 de Outubro.

Lula aposta em acordo rápido
Durante coletiva em Kuala Lumpur, Lula afirmou que Donald Trump garantiu que teremos um acordo, e que isso seria mais rápido do que as pessoas estavam pensando.

O petista também declarou estar confiante em uma solução definitiva “em poucos dias”, destacando que o clima político entre os dois países melhorou após o encontro.

Sanções e divergências políticas
Além das tarifas, Lula afirmou ter cobrado de Trump a revisão das sanções aplicadas pelos EUA contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e autoridades brasileiras, classificando-as como “infundadas e baseadas em informações erradas”.

Segundo o presidente, Trump “ficou surpreso” ao saber que as medidas atingiram até a filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cujo visto foi cancelado.

Padilha e outros oito magistrados brasileiros foram sancionados com base na Lei Magnitsky, que pune estrangeiros acusados de violações de direitos humanos.

Lula disse ainda ter defendido perante Trump a legitimidade da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, de 27 anos e 3 meses de prisão, afirmando que o julgamento foi “sério, com provas contundentes”.

Relações regionais e próximos passos
Na mesma coletiva, Lula afirmou ter se oferecido para atuar como interlocutor entre os Estados Unidos e a Venezuela, defendendo que a América do Sul permaneça uma zona de paz.

O presidente encerrou sua viagem ao Sudeste Asiático — que incluiu Indonésia e Malásia — destacando o esforço do Brasil em diversificar suas rotas comerciais e reduzir a dependência do mercado norte-americano.

A expectativa do governo é que a nova rodada de negociações ocorra na próxima semana, em Washington, com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).


SINTTARESP: JUNTOS PELO BRASIL QUE NEGOCIA, TRABALHA E NÃO DESISTE! 

Almir Santiago de Paulo
Secretário de Imprensa
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